No outro dia uma amiga minha contou-me que tinha ido assistir ao nascimento da sobrinha. Ela pensava que ia chorar de felicidade quando visse a irmã a dar à luz. Ela chorou...mas de medo, desespero e nojo. Basicamente o que ela me disse é que todos aqueles relatos de quão maravilhoso é o parto são mentira. Há sangue, berros, montes de médicos e bisturis…não há nada menos romântico do que isto.
O parto pode ser um momento bonito, mas só na teoria e depois de vivido. Na altura, a menos que se esteja bem anestesiada, o instinto prevalece sobre a razão e a única coisa que se deseja é despachar o assunto. Ok, é bonito, mas só depois de o puto estar cá fora.
Após todo esse drama sangrento chega a 2ª fase do teste - a era pós-natal. Isso é que são relatos de como é agradável estar cosida naqueles sítios que nós sabemos, do quão divertido é quando o bebé arranca o mamilo da mãe à dentada e, até, histórias de como perder os 46 kg que se ganharam durante a gravidez.
Consta que tudo vale a pena.
E a minha amiga que assistiu ao parto da sobrinha? – perguntam-me vocês. Garantiu-me que desistiu da ideia de ser mãe. Parece que sofre de stress pós-traumático pós-parto da irmã. A irmã quer repetir a experiência, mas está a mentalizar-se para não dizer palavrões durante o nascimento do próximo filho. Dizem que isso pode ser nocivo para o feng-shui da coisa.
Na minha modesta opinião, as crianças são como os barcos. É muito mais giro arranjar amigos que tenham do que ter. Assim só se fica com a melhor parte.
Concluindo, caras amigas, se estão a pensar constituir família tentem, por tudo, não assistir a um parto e talvez seja melhor não irem ao cabeleireiro.
