sim é sim, não é não, excepto quando sim é não e não é sim

Nós mulheres somos complicadas. Muitas vezes não dizemos o que queremos aliás, fazemos exactamente o contrário porque achamos que isso nos dá muito charme. “Querida, queres que te compre aquela mala maravilhosa no teu aniversário?”, pergunta ele ansioso. “Não amor, não te incomodes”, responde ela matreira. É por este motivo que esta mulher, em vez de ser presenteada com uma mala fantástica para a qual tinha andado a juntar trocos durante um ano, vai receber uma raquete de ténis ou, com sorte, uma lingerie que nem é sequer do seu tamanho. Já se viu que o jogo das respostas contrárias geralmente não funciona. Ou funciona mesmo mal.

Depois há a típica situação que passo a retratar:

- Querido, qual é o vestido que me fica melhor, o azul ou o preto?O preto fica melhor, não fica?

- Sim. – diz ele.

- RRRRRR, era suposto teres dito que o azul é que fica!!

(Desafio aqui todos os homens e mulheres a ousar dizer que nunca passaram por isto...)

Porque será que nos condenamos a viver sempre ao contrário do que queremos? Ok, pode ser charmoso fingir que não estamos famintas por um bolo de chocolate, poderá até ser compreensível não admitir que a estúpida da nossa vizinha está muito mais elegante mas, para quê mentir aos nossos homens na esperança de que eles percebam a inversão sistemática das nossas respostas? Devia haver um gadget qualquer que permitisse aos homens perceber o que queremos dizer. Um rudimentar detector de mentiras, talvez.

É que os homens não percebem onde queremos chegar com essas respostas ilusórias. Para eles é tudo mais simples: quando dizem não é porque estão a negar algo e quando dizem sim, é porque querem mesmo dizer que sim. Bastante mais lógico, não?

É tempo de nos perguntarmos porque passamos a vida a afirmar e a negar coisas, quando desejamos o oposto. Se eles não percebem, onde vamos chegar?