Nunca deram por vocês a chorar loucamente numa madrugada de Inverno, à custa de um fulano qualquer que vos partiu o coração? Eu já, e sei que vocês também. Muito gostamos nós daqueles dramas de faca e alguidar. De verter lágrimas até desidratar, de gritar e atirar coisas para o chão, consumidas por essa raiva visceral causada por um desgosto amoroso. I´ve been there, acreditem.
Se depois de lermos todos os livros de auto-ajuda, vermos as várias temporadas de “Sexo e a Cidade” e sonhar ser Samantha, após termos ouvido todas aquelas consolações amigas, “Ele não era homem para ti”, “Pensa que foi melhor acabar agora do que mais tarde”, “Amanhã vais conhecer um homem muito melhor” etc, continuarmos a ter crises nocturnas a solução parece-nos óbvia. Correr para um psiquiatra ou um psicólogo e fazer exactamente o que fazemos nessas noites de desespero mas com um especialista em comportamento humano a assistir. Que belo espectáculo! Meninas, não, a solução não é essa.
Houve um dia em que acordei e queria (quase) morrer. Ok, não queria morrer mas era a altura perfeita para me recompensar com chocolate e fast-food. Tentei viver sob essa ilusão até que percebi que assim ia ter dois grandes problemas: primeiro, o botão das calças estava prestes a deixar de abotoar e segundo, o causador da minha eterna dor ia ser o último homem com quem me relacionaria pois a minha forma física não permitiria o contrário. Decidi fazer mais ginásio para libertar a tensão. Foram horas de rpm e pilates e o que consegui com isso? Dores musculares em sítios onde nem sabia possível senti-las. De seguida, tentei ver filmes sobre pessoas moribundas. Achava que a dor dessas personagens me faria minorar a minha. Resultado: metade do meu orçamento mensal gasto em Kleenex.
Estava a tocar no fio da navalha quando a minha querida mãe me empurrou contrariada para o cabeleireiro. “- O que vamos fazer hoje, querida?”, perguntaram-me. Estive quase a responder, “Dê-me a sua tesoura e explico-lhe” mas como não gosto de sangue desisti e acabei por suspirar: “Faça o que quiser, mas mude o meu visual”.
Saí de lá a sentir-me poderosa, incrivelmente feliz e, acima de tudo, incrivelmente loira. Esqueci o meu ex nesse dia, estava maravilhosa demais para me preocupar com um homem quando agora podia ter todos os que quisesse. Sim meninas, este é o poder da descoloração capilar. Saí daquele salão mais irresistível do que nunca, talvez não porque estivesse mas porque tinha iniciado uma nova era. A era em que o amor era facilmente suplantado por um secador que me alisava a franja. Há que estabelecer prioridades e, como diz a minha avó, o cabelo deve sempre ser uma delas.
Ahahah a tua avó sabe tanto! Devias convencê-la a fazer um blog! Eu continuaria a ler o teu, não te preocupes!
ResponderEliminargostei!
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarPerfect, as usual. In Samanthas words: "I've been in a relationship with myself for x years and that's the one I need to work on!".
ResponderEliminarKeep on the good work!
Don't stop believe in love!
ResponderEliminarComo alguém sábio disse:
"Don't stop believing,
Hold on to that feeling"
Ou será que foi no Glee? Bom, não interessa... o importante é manter a crença no sentimento maior: o Amor (do latim amor; pode significar afeição, compaixão, atração, apetite, paixão, conquista, desejo, etc.)
Be good!
fantástico!!!!!:D
ResponderEliminarIr ao cabeleireiro não é terapêutico...é a salvação da alma! De qualquer forma...foi do melhorzinho que escreveste até agora
ResponderEliminar